segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Família Superestrela

Mea culpa, meus caros leitores (os que eventalmente ainda vêm espreitar se este pachorrento ansião escreveu alguma coisa), que não tenho honrado o meu compromisso. Mas também vos digo... não tenho tido grande assunto. Nem assunto, nem TV Cabo.
Degredado numa estadia com TV generalista, apenas, confronto-me diariamente com a ignonímia de ter que visionar um programa absolutamente surreal, que é o da Família Superstar, na Tv do Rangel, ou do Balsemão, seja lá de quem for.
Confesso que às vezes gosto destes concursos de talentos, às vezes aparece gente com qualidades. Mas nem sempre, e no caso deste programa em especial, quase nunca.


Só o tipo de selecção, já é duvidoso, se me permitem a minha singela opinião. Mesmo que um membro da família seja afoito nas cantorias, quem garante que outro familiar o seja também? Tanto não é, que está à vista: pais arrastam filhos para fazer tristes figuras, filhos arrastam pais para um capricho juvenil de alcançar o estrelato, e daí que pessoas que deviam permanecer no recesso do lar, e cantar apenas no espaço reservado de suas casinhas, para não incomodar os tímpanos alheios, venham para a nossa ágora espalhar a sua falta de jeito.
Fiquei muito desiludido com a querida Bábá Guimarães. Depois de alguns programas com algum jeito, abraçou mal este projecto, que a faz parecer muito menos sagaz do que eu poderia imaginar. Baça, Vazia, forçada, engasga-se e entaramela-se, engana-se e remenda-se, aqui del-rei, Sr. Carrilho, venha buscar a sua senhora, que provavelmente ela estar+a melhor a fazer programas sobre livros.
À parte de um ou outro concorrente que tem uma voz mais ou menos aceitável, todos eles são dispensáveis, nenhum deles terá algum dia uma carreira. E, ao que me parece, a mim, que nada sei das intenções dos responsáveis, claro, nem é esse o objectivo. Com papas e bolos se enganam os tolos, as papas são as promessas de uma carreira fulgurante, os bolos são as semanas de ócio a beneficiar de castelo e criadagem que lhes oferecem, para que os tolos - os concorrentes - se enterrem em intrigas, amizades e falta delas, e se preparem para personificar o respectivo estribilho nas chamadas "galas" dos domingos à noite. Se os mais jovens ainda conseguem alguma linearidade nas actuações, já os mais velhos... esses podiam evitar-se ao escárnio de quem os vê falhar publicamente. E alguns deles é que ostentam o chamado sonho de ter uma carreira na música. Coitados.
São todos muito amigos, mas depois das nomeações é que se vê como funcionam as coisas: dos que já sairam, não lhes vi saber perder. Se não contavam com isso, deviam contar, os incautos...
Pelo que posso avaliar, os concorrentes deixaram trabalho, escola, curso, tudo, para irem embarcar nesta paspalhice. Ou este programa será só para desempregados, reformados e garotos que abandonaram a escola? Também pode ser, acredito piamente que sim.
Os restantes apresentadores, a moça da franja e o rapaz com ares efeminados, esses lá vão dando o ar da sua gracita, mas, vá lá, pelo menos não cantam.
O juri é que me parece, na sua grande parte, um bocadito falacioso. Um músico, sim senhor, estará correcto, mas e os outros? Uma jornalista do telejornal da estação, porquê? Que saberá de música, pergunta este vosso velho amigo? Bonita, fica bem na fotografia, mas não entendo a sua função. Os outros dois rapazes da música Pop aplicada às novelas... parece-me que foram ali postos para vender audiência. Lá estão os dois badamecozitos da moda a beneficiar do seu momento, deixem-nos estar. Isto porque acredito que se fosse gente entendida em música a seleccionar a sério, o programa tinha acabado antes de começar, por manifesta falta de concorrentes elegíveis...
Mas nem a pior perspectiva deste programa consegue superar o ridículo do concurso da TVI "Cantando e dançando por um casamento de sonho", que passa à mesma hora do programa que aqui esmiucei. Aqui, falhou logo o título, por ser demasiado longo; depois, por ser realmente estúpido. Mas quanto a este programa, confesso que não consigo ficar a visionar durante muito tempo, é demasiado mau para esta pobre cabeça, quase calva, poder assimilar. Pode ser que um dia consiga, e vos conte.
Volta, TV Cabo, que te perdoo.

Bem Hajam,
O Provedor







1 comentário:

Barão da Tróia II disse...

Isto aqui anda um cadito lento, Boa semana