segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A Vida Privada de Salazar

Gosto de séries históricas, portuguesas e estrangeiras. São visões mais ou menos apaixonadas e menos isentas de épocas que foram vividas na realidade, por personagens reais, e quando são bem orquestradas, são verdadeiramnte apaixonantes.
Tenho andado algo ansioso com as publicidades na TV sobre a série "A Vida Privada de Salazar". Claro que nem com todos os bicos de papagaio deste planeta poderia perder, ontem, o primeiro dos dois episódios. Gostei, anseio o segundo.
Por mais que se diga que o homem era um tirano - que foi - que aboliu a liberdade e instaurou o governo do temor, o facto de sempre se esconder a vida privada desta personagem tão caricata sempre aguçou a curiosidade de muitos. A minha, pelo menos, se me é permitido dizer.
Pode ter sido um ditador, e foi, mas era deste mundo, tal como o comum dos mortais. Decerto sofreu, amou, foi um jovem idealista. A ânsia de sair do seu pequeno mundo em Santa Comba Dão, e tornar-se uma figura importante, reconhecida, não é reprovável, com mil diabos. Não o conseguiu através dos padrinhos, mas acabou por conseguir a pulso, por mérito próprio. Provou que o tamanco também pode deixar de ser humildezinho e chegar ao topo, não como um frágil sapatinho de cristal, mas como uma pesada bota de montar. Gosto disso, aprecio essa força, e é isso que falta a muitos dos nosso jovens, é uma triste pena que assim seja. O rapaz exagerou na forma, é certo, e aí deixa de ser um exemplo, mas até aí tem algo a ensinar.
Amou. A ser verdade o que transparece na série, amou e muito. Sofreu, também. Teve medo, de morrer, de perder o poder. E nunca soubemos de nada. As mulheres que tanto oprimia politicamente, rodeavam a sua vida privada, sucediam-se. Da fiel governanta à depravada astróloga (essa senhora Soraia Chaves, ai se eu fosse mais novo, por Deus....), à viscondessa, à filha dos padrinhos, à jornalista francesa... E nunca soubemos de nada.
Da política sabemos tudo, criticamos tudo, o homem era odiado, ainda hoje há quem argua argumentos contra ele, que já jaz à tanto tempo na tumba. Da sua vida, sempre fez um segredo absoluto. Porquê? Para que se considerasse o homem, acima de tudo, moralmente intocável. Só assim se poderia impor. Normalmente, o homem "endeusa aquilo" que não conhece. Nem que seja pelo temor, pelo medo. E a estratégia do Botas era essa.
Era humano, o indivíduo, afinal. Mas só agora é que sabemos isso. Talvez esta séria ajude a perceber porque raio é que foi a personagem portuguesa mais votada.
Talvez.
SIC, Horário Nobre, e daqui a uns tempos em filme.

Bem Hajam,
O Provedor

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Pois que regressei.

Meus caros amigos, decerto nada saudosos da minha presença neste limbo blogosférico, voltei. Depois de um forte ataque de bicos de papagaio ou coisa parecida que me atirou para longe de um computador com internet, voltei.
E voltei com mais vontade ainda de continuar esta minha saga de olhar para a TV e comentar. E que motivos me tem dado!!!

Tenho andado arredado da nossa TV generalista. Tenho mesmo. Felizmente, tive, durante o meu degredo, a sorte de poder beneficiar das maravilhas da TV cabo. Agora que regressei a casa, talvez seja da minha poltrona velha de ver Tv, mas sinto sempre aquela tentação de carregar nos botões do comando, pelo menos aqueles mefistofélicos 3 e 4. Apenas porque sinto necessidade de afiar esta velha língua viperina, e alvitrar mais qualquer coisinha.

E nem de propósito que o meu último apontamento tinha sido sobre a Srª Bábá Guimarães-Carrilho... tal não é o meu espanto, e começou agora em Janeiro mais uma pérola que tem esta senhora como apresentadora.
Nos domingos à noite, em que a generalidade da populaça se lamenta pelo fim de mais um par de dias de folga (para quem nos tem), a SIC tem o prazer e a honra de apresentar uma comédia chamada "Atreve-te a cantar". Com todo o respeito pelo género "comédia", claro.
Digo comédia, porque, para além da infelicidade do nome do programa (não haveria nada melhor???), que nada tem a ver com a música do genérico (um velho hit do José Cid, valha-me Nosso Senhor!!!), é manifestamente pobre porque nem sequer usa um júri de carne e osso para as prestações dos concorrentes - é feito por uma senhora que grita e se esganiça, tentando mostrar uma vitalidade e jovialidade que já não tem assim tanto, uma panóplia de concorrentes que, na sua maior parte, são uma desgraça, avaliados por uma máquina que ninguém vê, ninguém sabe como funciona, e arrisco a dizer mesmo, provavelmente não existe e andamos cá todos enganados - não passa de um tipo num computador a dar pontuações à sorte. Quem questiona as pontuações, quem as compara? Ninguém...
Quanto à Srª Carrilho, bem poderia cingir-se à prazenteira actividade de cuidar da sua criança e das do seu marido, dedicando-se apenas às benfazejas actividades do lar. Se já a considerei rondeando a inteligência mediana, quando falava de livros e apresentava concursos de língua portuguesa e entrevistas como Maestro, uma vez que, por aspecto e por afinidade com o seu marido, todo ele um pretenso intelectual, se assemelha a uma professorinha afável, ainda que demasiado falsa no sorrir; agora, e por causa do programa anterior e deste, acho-a absolutamente néscia. Grita, esganiça, insiste em fazer de Ana Malhoa num Buéreré de outros tempos. Depois, não sei se lhe escrevem o texto, mas não parece, porque lhe saem pela enorme boca fora as coisas mais disparatadas que se podem , ou não podem, dizer aos concorrentes. Se tenta, não sabe improvisar. Se depende de um texto, o escrevente é pessimo, e a leitora disfarça muito mal.

Enfim, mas uma entre tantas tentativas de usar a desgraça alheia - da apresentadora e dos tristes concorrentes - para entreter o povo aos domingos à noite. Volta Gato, estás perdoado...


Bem Hajam,

O Provedor.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Família Superestrela

Mea culpa, meus caros leitores (os que eventalmente ainda vêm espreitar se este pachorrento ansião escreveu alguma coisa), que não tenho honrado o meu compromisso. Mas também vos digo... não tenho tido grande assunto. Nem assunto, nem TV Cabo.
Degredado numa estadia com TV generalista, apenas, confronto-me diariamente com a ignonímia de ter que visionar um programa absolutamente surreal, que é o da Família Superstar, na Tv do Rangel, ou do Balsemão, seja lá de quem for.
Confesso que às vezes gosto destes concursos de talentos, às vezes aparece gente com qualidades. Mas nem sempre, e no caso deste programa em especial, quase nunca.


Só o tipo de selecção, já é duvidoso, se me permitem a minha singela opinião. Mesmo que um membro da família seja afoito nas cantorias, quem garante que outro familiar o seja também? Tanto não é, que está à vista: pais arrastam filhos para fazer tristes figuras, filhos arrastam pais para um capricho juvenil de alcançar o estrelato, e daí que pessoas que deviam permanecer no recesso do lar, e cantar apenas no espaço reservado de suas casinhas, para não incomodar os tímpanos alheios, venham para a nossa ágora espalhar a sua falta de jeito.
Fiquei muito desiludido com a querida Bábá Guimarães. Depois de alguns programas com algum jeito, abraçou mal este projecto, que a faz parecer muito menos sagaz do que eu poderia imaginar. Baça, Vazia, forçada, engasga-se e entaramela-se, engana-se e remenda-se, aqui del-rei, Sr. Carrilho, venha buscar a sua senhora, que provavelmente ela estar+a melhor a fazer programas sobre livros.
À parte de um ou outro concorrente que tem uma voz mais ou menos aceitável, todos eles são dispensáveis, nenhum deles terá algum dia uma carreira. E, ao que me parece, a mim, que nada sei das intenções dos responsáveis, claro, nem é esse o objectivo. Com papas e bolos se enganam os tolos, as papas são as promessas de uma carreira fulgurante, os bolos são as semanas de ócio a beneficiar de castelo e criadagem que lhes oferecem, para que os tolos - os concorrentes - se enterrem em intrigas, amizades e falta delas, e se preparem para personificar o respectivo estribilho nas chamadas "galas" dos domingos à noite. Se os mais jovens ainda conseguem alguma linearidade nas actuações, já os mais velhos... esses podiam evitar-se ao escárnio de quem os vê falhar publicamente. E alguns deles é que ostentam o chamado sonho de ter uma carreira na música. Coitados.
São todos muito amigos, mas depois das nomeações é que se vê como funcionam as coisas: dos que já sairam, não lhes vi saber perder. Se não contavam com isso, deviam contar, os incautos...
Pelo que posso avaliar, os concorrentes deixaram trabalho, escola, curso, tudo, para irem embarcar nesta paspalhice. Ou este programa será só para desempregados, reformados e garotos que abandonaram a escola? Também pode ser, acredito piamente que sim.
Os restantes apresentadores, a moça da franja e o rapaz com ares efeminados, esses lá vão dando o ar da sua gracita, mas, vá lá, pelo menos não cantam.
O juri é que me parece, na sua grande parte, um bocadito falacioso. Um músico, sim senhor, estará correcto, mas e os outros? Uma jornalista do telejornal da estação, porquê? Que saberá de música, pergunta este vosso velho amigo? Bonita, fica bem na fotografia, mas não entendo a sua função. Os outros dois rapazes da música Pop aplicada às novelas... parece-me que foram ali postos para vender audiência. Lá estão os dois badamecozitos da moda a beneficiar do seu momento, deixem-nos estar. Isto porque acredito que se fosse gente entendida em música a seleccionar a sério, o programa tinha acabado antes de começar, por manifesta falta de concorrentes elegíveis...
Mas nem a pior perspectiva deste programa consegue superar o ridículo do concurso da TVI "Cantando e dançando por um casamento de sonho", que passa à mesma hora do programa que aqui esmiucei. Aqui, falhou logo o título, por ser demasiado longo; depois, por ser realmente estúpido. Mas quanto a este programa, confesso que não consigo ficar a visionar durante muito tempo, é demasiado mau para esta pobre cabeça, quase calva, poder assimilar. Pode ser que um dia consiga, e vos conte.
Volta, TV Cabo, que te perdoo.

Bem Hajam,
O Provedor







quarta-feira, 5 de setembro de 2007

E quando o telefone não toca ?!

Ora pois, caros amigos, estou de regresso de umas férias que se mostraram um pouco mais longas do que o esperado, que isto da idade é uma maçada, e quando o esqueleto se habitua ao descanso, é um enredo voltar a pô-lo a funcionar. Os bicos de papagaio não ajudaram, e tive que ficar em retiro mais um tempo pelo verde e doirado campo, ora que chatice.

Mas o que tem que ser tem muita força, e, apesar de o meu retiro de férias não incluir um grande acervo de meios tecnologicos, consistindo apenas numa telefonia e numa velha televisão que apenas tinha acessíveis os 4 canais generalistas (bem, não apanhava a TVI, mas acho que fiquei a ganhar com isso...), ainda consegui ir vendo um pouquinho daquilo que todo o cidadão bebe diariamente em termos de comunicação social via TV.

Nada de especial, a programação de verão é realmente uma verdadeira algaraviada de programas destinados a reformados e criancinhas. Como reformado que sou, já dei muito ao país, já contribui com o suor do meu rosto, a minha paciência e os meus impostos; agora, mereço a minha pensão de reforma, o descanso e entretenimento q.b..

Não há no mínimo de pachorra para Fátimas Lopes, Ritas Ferros, Julias Pinheiros e Manuéis Luises Gouchas. Demasiado estupidificante, preferível observar pássaros nas folhagens verdes do Minho. À noite , lá está, as minhas costumeiras insónias, uma vez por outra, lá me permitiam ver qualquer coisa de jeito na RTP2, e, pasme-se, descobrir a resposta da SIC ao concurso das madrugadas da TVI, cuja apreciação está patente no meu humilde anterior artigo: um circo semelhante, mas que em vez de ter um palhaço, tem três... bem, pelo menos para encher chouriços, sempre é uma equipa maior: uma rapariga loira, uma morena, e um rapaz de óculos - Quando o telefone toca, para ser visto nas madrugadas da SIC, toda a semana.


A loira, Vanessa, uma licenciada em Psicologia Educacional, com especialização de dois anos em Criminologia (apesar de só ter 24 anos), o que não interessa grande coisa, pois a rapariga é manequim e ganhou uns beauty contests por aí; para além disto, é assistente de bordo, mas não percebo em quê, pois o programa dá todas as madrugadas da semana.... Em vez de ser contratada pela Fátima Lopes para as crónicas policiais, hélas, está a fazer isto.

A morena, Parícia, 32 anos, bailarina e assistente de concursos, que mais se pode dizer? Pelo menos já fez televisão, nunca entrou em nenhum reality show como concorrente. Menos mal.
O rapaz, 34 anos, que atende pelo estranho nome de Quimbé (?), esse já anda por estes meios há algum tempo, já foi produtor de programas, apresentador, locutor, actor... à parte dos óculos demasiado a la Goucha, e da atitude demasiado apalhaçada que pode ser que lhe passe, parece, pelo menos, que não se atrapalha em directo.
Uma notícia que li no sítio da GlonalNotícias dizia que o programa já foi cancelado uma vez porque não havia chamadas, mas que tem uma audiência de cerca de 50 mil espectadores - que remédio, trabalhando à noite, e tendo TV sem Cabo, há escolha??? - o Quimbé disse que esteve 25 minutos no ar sem receber uma chamada... Não vi, mas entre os três estarolas devem ter encontrado uma maneira de interludiar, supostamente.
Diz a publicidade do programa que não se alinha com jogos impossíveis (palavras inventadas, incorrecções, ajudas nulas - reconhecem isto?), e aposta na entrada em directo dos telespectadores para jogar, sem rodeios e sem condicionalismos. É capaz, não vi assim tantos programas que pudessem dar-me uma opinião consolidada.
OK, a SIC percebeu que há mercado entre os trabalhadores do regime nocturno. Pelo menos não foi buscar uma analfabeta desvalida às prateleiras - como a TVI -, antes pegou em três jovens, dois deles já na casa dos trinta (supostamente com alguma maturidade), e com experiência em apresentação de programas. Mas há que perder um pouco da atitude do temos que manter a malta acordada a todo o custo... às vezes, parece que estão a anunciar o fim de todos os impostos e a descida vertiginosa de todos os preços... o rapaz mostra tantos dentes de uma só vez,que, além de parecer forçado, faz crer numa dentição supranumerária. É só um concurso, rapaziada, é só um concurso. A palhaçada fica muito quitch, no sentido positivo, mas não exagerem, que não se trata do Disney Channel...

Bem Hajam,
O Provedor.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

"Toca a Ganhar... burrice a rodos"

Não gosto de gente burra, a sério que não gosto. Dá-me um terrível tédio contactar com pessoas tapadas de todo, é frustrante. Mas pior do que ser tapado, é fazer-se dos outros parvos. E dessas pessoas, gosto ainda menos.
Já muito se disse por aí do concurso "Toca a ganhar", que passa nas madrugadas da TVI. Muitos vêem-no para se entreter em noites de insónia ou de trabalho, já outros, muitos o vêem para constatarem a aberração televisiva que aquilo é. Eu não me podia deixar de juntar a esse movimento massivo de crítica - destrutiva - ao programa em questão. É chocante como é que, nos dias de hoje, passam coisas destas, mesmo que seja a desoras e para um público que, pretendem os responsáveis da estação, seja absolutamente ignorante.
De facto, trata-se de um concurso que tanto tem de básico, como de insuportavelmente estúpido. Insulta a inteligência de qualquer um, por menos habilitações que tenha. O objectivo - adivinhar palavras a troco dos correspondentes euros - até poderia ser interessante, se quem escolhe as palavras e inventa as dicas não fosse perfeitamente analfabeto, ou então absolutamente tapado, ou as duas coisas, que é o mais certo. Palavras que não correspondem às categorias, erros ortográficos, enfim... uma parafernália de burrices que ofendem os sentidos de qualquer português.
Soa a falso - não seria de admirar que aquelas chamadas fossem feitas pelos próprios funcionários da TVI. Não acredito que haja assim tanta gente a ligar, para aceitarem uma de 50 em 50. Se assim não for, então é bluff, e os intervenientes são os únicos que ligam, e as chamadas são todas aceites. Já aí, parece-me um embuste.
A apresentadora... coitada. Depois disto, provavelmente terá que voltar para o bar de alterne de onde saiu... ou para o Big Brother, ou para longe do espaço público, pelo menos. Cérebro, não tem - devia estar em cima de um qualquer cliente quando foi distribuida a inteligência. E desculpem-me, meus senhores, mas, à parte de um par de seios que insistem em saltar propositadamente dos vestidinhos foleiros que lhe costumam vestir, dali não se aproveita nada - é feia, magra, não tem qualquer personalidade e, ainda por cima, é burra. Não tem a mínima ideia do que está ali a fazer, é manifestamente bronca com os intervenientes, bombardeia logo com o "diga lá qual é a palavra", e ala que se faz tarde, e ainda é com cada patacoada que lhe sai pela boca fora, que dá dó. Dá vontade de cortar os pulsos a maneira como esta abrótea tenta manter as pessoas agarradas à televisão. Já por várias vezes pensei mesmo que ela ia tirar o farrapito, subir ao candeeiro e abrir as pernas, em desespero por não conseguir dizer nada de jeito. Nem para encher chouriços serve - repete a mesma coisa mil vezes, confunde simpatia com gritos esganiçados e nervosos (percebe-se que queiram significar um sonoro "ACORDEM, PÁ!! Por favor, pode ser? É que senão lá tenho que me despir e assim, e o Sr. Moniz é capaz de me trocar por uma dos Morangos! ...") e sorrisos forçados, goles de água que nunca mais acabam, engasganços, e coisas parecidas com convites do género "mi liga vai", com gemidos e tudo. Uma nódoa. Gostaria muito de saber que tipo de favores, e a quem, esta ameba fez, para conseguir fazer um concurso, mesmo que seja a porcaria de programa de 5ª categoria que é. Nisso dos favores, deve ela ser artista. Pelo visto, o único talento que deve ter...
A culpa, meus senhores, nem é dela - ela só tem culpa de ser tapada - é de quem a contratou, que pelo visto ainda deve mais à inteligência que ela.
Sabem, meus caros, o que irrita ainda mais é que com esta conversa toda acerca desta porcaria, devem ter disparado as audiências de tal forma (ora pois, toda a gente quer ver para crer), que deve estar fora de questão, para a TVI, acabar com o concurso...
Proponho a acção imediata da Alta Autoridade competente: um saneamento absoluto deste programa da TV portuguesa, com degredo imediato do anormal que fez ou comprou o mesmo, e ainda a sodomia com ferro quente de quem contratou a apresentadora....

Bem Hajam,
O Provedor.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Onde está o badocha?

Começa o verão, começa o chorrilho de publicidade televisiva a tudo e um par de botas, sugestionando férias, praias, sol, etc.
Bonito, refrescante, e sempre se vêem umas cachopas mais desnudas, e tal. Se bem que o meu ideal de cachopa desnuda não tem a ver com aquelas amostras desnutridas com o ar de hippie piolhoso que está tão na moda, mas enfim. Deve haver quem goste.
Mas, de facto, tenho constatado uma realidade tão repetiviva que salta à vista: nas publicidades dos operadores de telemóveis e das marcas de bebidas (nomeadamente sumos e cervejas), a técnica mais utilizada nos respectivos spots é passar a imagem de que só os jovens esbeltos, bronzeados e com ar de habitantes da Linha é que usam telemóveis e bebem sumos naturais e cervejas quando veraneiam.
Porquê, perguntará o leitor. E pergunta bem, mas a resposta é óbvia: repare-se nos spots - nas praias, nos lagos, nas piscinas, os únicos personagens detectados são indivíduos do tipo acima descrito; e o que me apraz dizer sobre isso é o seguinte:
Ponto #1: Qualquer pessoa sabe que os nossos locais de veraneio comtemplam toda uma diversidade de fisionomias e hábitos, e não acredito que haja locais reservados a modelos (ainda por cima, modelos deslavados, puérperos, e tótós). Mais, se os houvesse, acho errado usar apenas disto nas publicidades - falacioso, q.b.; Onde estão os Tugas com as suas lancheiras do arroz de frango, ou, para os mais modernos, do tupperware, e os seus guarda sóis com franjinhas? Onde estão as crianças a brincar na areia? Gaita, onde estão as pessoas normais? Não estão, essa é que é essa. Para o marketing, estas não fazem férias, não se divertem e mais, não usam telemóveis nem bebem sumos e cervejas.
Ponto #2: É do conhecimento geral que qualquer grupo de jovens engloba, pelo menos, uma cachopa gorda, ou um magricelas com acne. Normalmente, são estes os que levam o carro, que carregam as coisas e que têm o dinheiro. Nestas publicidades, ONDE estão eles? Nem um badocha para contar a história. Falta de realismo, co'a breca!
Ponto #3: se a intenção é fazer com que as pessoas pensem que ao consumir aqueles produtos ficam com a aparência dos tótós dos anúncios, desenganem-se, meus senhores: já ninguém é assim tão burro. Este tipo de coisas enjoam, e pelo visto há muita falta de imaginação para fazer publicidade, copia-se o anúncio do vizinho e já está, e é uma pena.
Resultado: temos que levar com esta publicidade da treta porquê? Poucos se identificam com aquilo, e se identificam, precisam de óculos, e de uma consulta no psicanalista. Os senhores da publicidade, esses cabeças de porco que tiram as ideias dos momentos em que se esforçam sentados, de calças em baixo, no WC,são pagos, e bem pagos, para fazer alguma coisa de jeito. Bem podiam começar.
Má imagem da realidade, má associação, em suma, publicidade - porcaria.

Bem-hajam,
O Provedor

Intróito

A pedido de várias famílias (nomeadamente a minha, composta do meu cão Alfredo e do meu peixe vermelho Óscar), resolvi colocar ao dispor da nação e zonas limítrofes a minha alta autoridade em matéria de visionamento da programação televisiva. Sim, porque pessoa que é pessoa vê TV, e muita. Num país em que anda tudo pela hora da morte, inclusive o combustível para a locomoção necessária para onde quer que seja, o mais acessível é mesmo ficar em casa a ver televisão. Os mais abonados, podem sempre desfrutar da TV Cabo (e quem não é abonado pode sempre pirateá-la, não tenho nada a ver com isso, que cada um sabe de si). Nem sempre é a solução, mas enfim, é o que temos.
Deste modo, caros leitores, aqui me apresento, eu, O Provedor do Zapping, ou O Provedor, para os amigos (e para o resto do povo, também). Direi de minha justiça, a única que aqui interessa, o que me vai na cabeça sobre o que me passa pelos olhos em matéria de TV. Pontualmente, quando calhar, também pode aparecer qualquer coisinha acerca de rádio, cinema e teatro, logo se vê.
Caso seja de vosso interesse apresentar à minha consideração alguma programação digna de comentário, é favor sugerir para o e-mail oprovedor@gmail.com, que ficarei agradecido, e diligenciarei no sentido de satisfazer o pedido.

Bem hajam,
O Provedor